quinta-feira, setembro 28, 2006

Vale tudo?





Por vezes, a publicidade serve também para alertar consciências, para denunciar abusos, tendo assim uma função social e pedagógica evidente. Mas será que o contrário também é legítimo? Ou seja, o facto de uma marca de um produto qualquer se servir do sofrimento alheio para difundir uma imagem polémica e daí obter dividendos comerciais pode ser uma prática aceitável? E substituir-se às palavras através de uma linguagem meramente visual, chocante, à qual apenas se acrescenta um logótipo comercial, como no caso do anúncio de uma marca de roupa que utiliza a imagem de um doente de SIDA em último grau e do desespero da sua família?

Será por isso lícito, por exemplo, criar uma campanha de prevenção rodoviária com fotografias de vítimas ensanguentadas de acidentes, desde que a família autorize?